segunda-feira, 13 de julho de 2009

O CRUXIFIXO DE SÃO DAMIÃO

Cruxifixo de São Damião Marca o inicio da experiencia franciscana de Francisco de Assis.
O texto abaixo foi retirado do site http://www.ofsbrasil.org.br/

O Crucifixo de São Damião foi pintado no século XII por um desconhecido artista da Úmbria, região da Itália.

A pintura é de estilo romântico, sob clara influência oriental: o pedestal sobre o qual estão os pés de Cristo pregados separadamente; e de influência siríaca: a barba de Cristo; a face circundada pelo emoldurado dos cabelos; a presença dos anjos e cruz com a longa haste segurada na mão, por Cristo (só visível na pintura original), no alto, encimando a cruz.
O Crucifixo original de São Damião está guardado com grande zelo pelas irmãs Clarissas, na Basílica de Santa Clara de Assis, e é visitado por estudiosos, devotos e turistas do mundo todo. É um monumento histórico franciscano e universal. Outros dados:
Sem o pedestal, o Crucifixo original mede dois metros e dez centímetros de altura e um metro e trinta centímetros de largura.
A pintura foi feita em tela tosca, colada sobre madeira de nogueira.
Naquele tempo, nas pequenas igrejas, o Santíssimo não era conservado, isto é, a Eucaristia não era guardada mas, consumida no dia. Por isso, supõe-se que Crucifixo foi pendurado no ábside sobre o altar da capela, no centro da Igreja. Provavelmente o Crucifixo permaneceu na Igreja de São Damião até que as Irmãs Pobres, em 1257, o levaram consigo à nova Basílica de Santa Clara. Guardaram-no no interior do coro monástico por diversos séculos. No ano de 1938, a artista Rosária Alliano restaurou o Crucifixo com grande perícia, protegendo-o inclusive contra qualquer deterioração.
Desde 1958 ele está sobre o altar, ao lado da capela do Santíssimo, na Basílica de Santa Clara, protegido por vidro.
Descrição detalhada da pintura

Descobre-se, à primeira vista, a figura central do Cristo, que domina o quadro pela sua imponente dimensão e pela luz que sua esplêndida e branca figura difunde sobre todas as pessoas que o circundam e que estão todas vivamente voltadas para Ele. Esta luz vivificante que brota do interior de sua Pessoa (Jo, 8,12) fica ainda mais destacada pelas fortes cores, especialmente o vermelho e o preto.
Também impressiona este Cristo ereto sobre a cruz e não pendurado nela, com os olhos abertos, olhando o mundo.
Apresenta ainda uma auréola de glória com a cruz triunfante oriental em vez de uma coroa de espinhos, porque tornou-se vitorioso na paixão e na morte.
Aparecem os sinais de crucificação e as feridas sangrentas mas o sangue redentor se derrama sobre os anjos e santos (sangue das mãos e dos pés) e sobre São João (sangue do lado direito).
Cristo se apresenta vivo, ressuscitado (Jo 12,32), de pé sobre o sepulcro vazio e aberto (indicado pela cor preta), visível por trás. Com as mãos estendidas, Cristo está para subir ao céu (Jo 12,32).
A inscrição acima da cabeça de Cristo, "Jesus Nazarenus Rex Judaeorum" Jesus Nazareno Rei dos Judeus é também própria do Evangelho de João.
Sobre a inscrição, está a ascensão em forma dinâmica, na figura do Cristo ascendente, com o troféu da cruz gloriosa na mão esquerda (só visível na pintura original) e com a mão direita para a mão do Pai, no céu.
Do alto, a mão direita do Pai acolhe o seu Filho, circundado dos anjos (e santos) na glória celeste.
As cores vermelha e púrpura são símbolos do divino; o verde e o azul, do terrestre. Para "ver" bem o conjunto da pintura, deve-se realmente parar diante do Crucifixo pois, ordinariamente, olha-se a imagem somente, de longe, como "turistas". À direita do corpo de Cristo, aparecem as figuras de Maria e João, intimamente unidas, enquanto Maria indica o discípulo predileto com a mão direita (Jo 19,26). À esquerda, estão as duas mulheres, Maria Madalena e Maria de Cléofas, primeiras testemunhas da ressurreição (Jo 19,25).
E, embora Maria, à direita e Maria Madalena, à esquerda, ergam a mão direita no rosto em sinal de dor, nenhuma das outras pessoas próximas, manifesta expressão de sofrimento profundo mas uma adesão cheia de fé ao Cristo vitorioso, Salvador.
À direita das duas mulheres vê-se o centurião com a mão erguida, olhando para o Crucifixo. Com esse gesto está a dizer: "Verdadeiramente este é o Filho de Deus".
Sobre os ombros do centurião aparece a cabeça de uma pessoa em miniatura, cuja identidade se discute: poderia ser o filho do centurião, curado por Jesus (Jo 4,50) ou um representante da multidão ou ainda, o autor desconhecido da pintura. Aos pés de Maria e do centurião, vê-se o soldado chamado Longino que, pela tradição, com a lança traspassa o lado de Jesus e, o portador da esponja, chamado de Estepatão, segundo a tradição (Jo 19,29). Ambos estão voltados para o Crucifixo.
Debaixo das mãos de Jesus, à direita e à esquerda, encontram-se dois anjos com as mãos erguidas, em intenso colóquio. Parecem anunciar a ressurreição e ascensão do Senhor.
As duas pessoas, à extrema direita e esquerda, parecem anjos ou talvez mulheres que acorrem ao sepulcro vazio.
Aos pés de Jesus a pintura original encontra-se muito deteriorada. É provável que seja: São Damião, São Rufino, São João Batista, São Pedro e São Paulo. Acima da cabeça de São Pedro, está a figura do galo (só visível na pintura original), a lembrar a negação de Pedro a Cristo (Jo 13,38; 18, 15-27).
As pessoas aos pés de Jesus têm a cabeça erguida para o alto, expressando a espera do retorno glorioso do Senhor, no juízo.
Deste Crucifixo descrito em detalhes, Francisco teve uma inspiração "decisiva" para a sua vida, diz Caetano Esser. Passamos a descrevê-la porque é deste fato que se originou a admiração que hoje temos ao Crucifixo de São Damião.
O Crucifixo fala a Francisco
O jovem Francisco encontrava-se numa crise espiritual, cheio de dúvidas e trevas. "Conduzido pelo Espírito", entra na igrejinha de São Damião, onde se prostra, súplice, diante do Crucifixo. Tocado de modo extraordinário pela graça divina, encontra-se totalmente transformado. É então que a imagem de Cristo Crucificado lhe fala: "Francisco, vai e repara minha casa que está em ruína".
Francisco fica cheio de admiração e "quase perde os sentidos diante destas palavras". Mas logo se dispõe a cumprir esse "mandato" e se entrega todo à obra, reconstruindo a igrejinha. Depois pede a um sacerdote, dando-lhe dinheiro, que providencie óleo e lamparina para que a imagem do Crucifixo não fique privada de luz, mas em destaque naquele santuário.
A partir de então, nunca se esqueceu de cuidar daquela igrejinha e daquela imagem. Francisco parecia intimamente ferido de amor para o Cristo Crucificado, participando da paixão do Senhor, de quem já trazia os estigmas no coração e mais tarde, em 1224, receberia as chagas do Cristo em seu próprio corpo.
Segundo Santa Clara, está visão do Crucifixo foi um êxtase de amor radiante e impulso decisivo para a conversão de Francisco.
Entre os estudiosos ainda existe uma dúvida a ser esclarecida: ao ouvir o Cristo do Crucifixo, Francisco pensa na igrejinha material de São Damião. Mas nada impede de se pensar que se trata do "templo de Cristo no coração de Francisco e nos corações dos homens".
Enfim, a própria oração de Francisco diante do Crucifixo de São Damião sugere antes a reparação "espiritual" da casa do Senhor, crucificado no coração. Tanto que ele pede especialmente pelas três virtudes teologais (fé, esperança e amor) para poder cumprir esse "mandato" de Cristo.
Por Frei Vitório Mazzuco

Ciencia Verdadeira

Toda verdadeira ciencia só o será, de fato, se estiver alicerçada em Deus

(São Boaventura)

sexta-feira, 10 de julho de 2009

O pensar proprio da existencia Franciscana

"Pensar não é somente representar, julgar, raciocinar, inferir. Pensar é, antes de tudo isso, passando por tudo isso e indo além de tudo isso, auscutar,sondar o sentido. Pensar é sempre uma transformaçao que se nos impõe propõe por e para podermos ser o que somos. Em tudo quanto pensamos está em jogo é nossa libertação para e na verdade, é nossa maturação para o próprio da nossa identidade nas vicissitudes do tempo nas destinaçoes de nossa história". (Frei Marcos Aurelio Fernandes)
Trecho extraido do material formulado para o curso de inverno que ocorreu em brasilia no periodo de 06 de julho e 17 do mesmo mes, pelo Frei Marcos Aurélio Fernades : A Gaia Ciencia Franciscana: meditaçao a respeito do sentido do estudo na existencia franciscana.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Do Cultivo da Graça Recebida Do Senhor

Tudo me foi concedido, tudo me é concedido e tudo me será concedido! Mas o que fiz com o que como o que me foi concedido, o que faço com o que me é concedido e o que farei como o que me será concedido. Engano-me imaginando que seja muitas coisas, ponho-me no caminho certo se acredito que é somente uma. Aliás a unica que me resta. ou seja cultivar aquilo que me foi que me e que me será cultivado! Pois como diz frei Egidio de Assis: "Considero coisa maior, conservar os bens dados por Deus que adquiri-los".
Quantas graças já recebi de Deus e minha vida vocacional. quantos retiros e missas e palestras já tive sobre a experiencia franciscana? quantas vezes já me foi dito que a santidade não é privilégio de uma o outra pessoa, mas de todos aqueles que foram introduzidos na vida divina pelo batismo? que a regra franciscana tem a força de fazer com que todos o franciscanos sejam santos e perfeitos seguidores do Deus de jesus Cristo? Muitas vezes. E aqui novamente recorro a frei Egidio: Alguem um dia disse Frei Egidio: "O que posso fazer para sentir a suavidade de Deus? Respondeu "Algumas vez já te inspirou boa vontade" respondeu aquele muitas vezes. Disse-lhe Frei Egidio vociferando em alta vozes então por que não guardaste aquela boa vontade e não te conduziste para um bem Maior"
Assim este mestre da experiencia franciscana me exorta, a não mais me perder meditando sobre se o senhor vai me dar ou não! mas sim e pensar como eu devo fazer para conservar aquilo que ele vai me dar. Nisto está o grande dom como disse frei Egidio, em conservar a graça recebida.
Mas qual seria o modo de cultivar, como seria esta modo de estar diante das coisas que vem de nosso Deus. Penso que é justamente o modo de esmoler, que está no fundo do cultivo. Pois quando nos apropriamos da graça vinda achamos que a qualquer hora a receberemos de novo. E nisto reside a braveza de frei Egidio como aquele que lhe perguntou como fazer para ter consolaçao de Deus! Será que este não estava querendo, saber qual o meto mais facil de se obter a graça de Deus? Uma receitinha que não implica em muito esforço, mas sim a combinaçao de alguns igredientes que nos fariam sentir o gozo espiritual desejado? Nao é assim que muitas vezes pensamos que temos o poder de dominar a açao de Deus sobre nós? Porem frei Egidio, sabe que não é de nossa ossada trazer a consolaçao de Deus, mas isto Deus a faz de graça. Ser tocado por Deus não é merito, mas dom, dom de conquista. Dom que se tem que trabalhar todo dia e todo istante. Só opera desta forma se aquele que receber estiver embuido do espirito de esmoler. O espirito que sabe que não deveria nem existir, mas existe pela gratuidade.
E disto nasce o trabalho do cultivo, como nos fala frei Egidio: "É impossivel adquirir virtudes sem a solicitude e trabalho".
A liçao que este mestre nos dá, não é a fórmula, mas uma postura. Postura de trabalhador. e só trabalha por algo quem foi atingido pela feiçao do amor! E por-se na dinamica de a cada dia na sua possibilidade. De trabalhar e trabalhar.
Pessoas como Francisco, Clara e Egidio, se tornaram profissionais no espirito. por ver que a cada toque do senhor, era como o ultimo toque e o melhor toque. Não paravam pra pensar como "filhinhos de papais" espirituais, bem que poderia ser melhor. Mas como um esfomeado, que ao pegar o seu prato de comida come tudo, que está ali, tudo até o fim. Como filhos agradecidos!
Sejamos nos esfomeados por Deus, e aproveitemos tudo que ele nos der. Pois tudo que vem do Senhor é bom e nos é favoravel para nosso crescimento